Mapa Solar do Rio pode incentivar eficiência energética do município

Que o Rio de Janeiro é uma cidade ensolarada, todo mundo já sabe. A novidade fica por conta do bom potencial energético dos telhados do município. A constatação está no Mapa Solar do Rio, lançado pelo governo do estado, a partir de uma parceria que incluiu a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Governo Federal; o Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio de Janeiro; e a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, junto com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ).

O estudo mapeou 1,5 milhões de telhados da cidade e apontou que o potencial de geração fotovoltaica é maior do que o consumo residencial na capital. “Buscamos elaborar uma ferramenta autoexplicativa. Basta o cidadão digitar o seu endereço para ter uma estimativa do potencial de irradiação do seu imóvel, já considerando o sombreamento e demais obstáculos em seu entorno”, explicou Sergio Guaranys, superintendente de Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços (Sedeis), que apresentou nesta terça (27/09), detalhes do Mapa aos membros da Câmara Setorial de Energia. O encontro realizado no Conselho Regional de Contabilidade foi organizado pelo Fórum de Desenvolvimento do Rio, órgão da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo o deputado Luiz Paulo (PSDB) é preciso viabilizar a produção de painéis fotovoltaicos em larga escala para que a energia solar se torne cada vez mais viável economicamente. “Não vamos resolver com romantismo. Estamos avançando, mas se a Anaeel e o Confaz não tomarem ações, vamos continuar engatinhando. Precisamos também de linhas de financiamento para o cidadão comum se convencer de que vale a pena, e poder se beneficiar. É um caminho importantíssimo com viés de sustentabilidade, já que enfrentamos constantes períodos de crise hídrica”, disse. Atualmente a energia elétrica no Rio é em grande parte proveniente de usinas hidrelétricas distantes, conectadas por meio de um sistema de distribuição dispendioso e com perdas de energia.

No final do ano passado, a Alerj aprovou a lei 7.122, de autoria do deputado Carlos Minc (sem partido), que isenta microgeradores de energia solar da cobrança de ICMS. “Também é possível ter a geração em um local e usar o seu crédito em outro, desde que dentro do Estado. Com isso abre-se espaço para que se criem cooperativas de energia que precisam ser levadas em conta”, explicou Ronaldo Tavares, assessor parlamentar do deputado Minc. “O Mapa Solar do Rio ajuda muito, temos agora que torná-lo conhecido”, afirmou.

Outro ponto levantado durante a reunião foram os excedentes produzidos pela geração de energia domiciliar, já que com o conhecimento do potencial do telhado é possível calcular a economia na conta de luz com a instalação de um equipamento de energia fotovoltaica em casa. Desde 2013, qualquer brasileiro pode conectar à rede elétrica pequenos geradores movidos à energia solar e receber créditos na conta de luz pela energia excedente produzida

O aplicativo Mapa do Rio de Janeiro pode ser acessado pelo endereço: http://mapasolar.rio. “O objetivo dessa reunião foi divulgar o Mapa Solar e mostrar para o cidadão que ele tem condições de gerar a própria energia que consome. Porém, para que essa fonte de energia limpa seja cada vez mais difundida, demanda legislações específicas, e o que o Fórum pretende é levar o tema para os deputados da Casa”, afirmou Geiza Rocha, subdiretora geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio.

O próximo encontro da Câmara Setorial de Energia está marcado para o dia 25 de outubro, das 10h às 12h

 

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