Investimento bélico não garante uma sociedade mais segura, defendem jovens

É preciso desnaturalizar a associação do armamento com segurança pública. Para promover essa desconstrução, os jovens que estão construindo a Plataforma Juventude Segura querem atividades na educação infantil e fundamental contra o incentivo ao uso de armas, a disseminação das informações do Estatuto do Desarmamento à sociedade, com articulações entre os agentes de segurança pública e maior fiscalização das fronteiras do controle bélico.

Mais de 60% das vítimas de homicídio por armas de fogo no Brasil são rapazes e moças, com idade entre 15 e 29, sendo a maioria do sexo masculino (94%). Para conversar sobre o tema “Juventude e Armas” foram convidados a pesquisadora associada do Instituto Igarapé, Michele Ramos, e o fotógrafo e morador do Complexo da Maré, Bira Carvalho.

“Não dá para falar de redução de homicídio e da letalidade violenta, sem falar do mercado de armas. Investir em segurança publica não é sinônimo de investir em armas”, disse Michele.

Para Bira, a educação é o remédio para combater a inserção da juventude das favelas na comercialização e na vida criminosa.“A escola tem um papel importante para impedir que o jovem faça parte do tráfico de armas. Se você não estimular o potencial dele, ele se perde”.

O debate aconteceu nesta quarta feira (24/08), na Biblioteca Parque, no Centro, e foi uma oportunidade para Alice Vilarmino, de 22 anos, moradora do Morro dos Prazeres decidir compartilhar as questões abordadas nos encontros:

“Estou adorando participar dessa construção e trocar informações e dúvidas. Tratar esse tema é muito delicado, mas pretendo repassar tudo que aprendi para outros jovens”.

A Plataforma é uma iniciativa da Secretaria de estado de Segurança Pública, articulada com as secretarias de Esporte, Lazer e Juventude, e de Cultura, ONGs e o Unicef.  O objetivo é contribuir para a construção e consolidação dos direitos de crianças e adolescentes, através da mobilização e articulação de diferentes segmentos governamentais e da sociedade.

O próximo evento está marcado para a próxima quarta-feira, 31/08, na Biblioteca Parque, no Centro, às 14h.