Tendência é que crowdfunding chegue a movimentar US$90 bilhões nos próximos anos

Conhecer as alternativas para tornar os empreendimentos sociais viáveis e aumentar o seu alcance foi tema da sexta reunião do Grupo de Trabalho de Negócios Sociais do Fórum de Desenvolvimento do Rio, presidido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). No encontro, realizado nesta sexta (03/06), no Instituto Gênesis (PUC-Rio), foram apresentados modelos distintos de captação de recursos para negócios em diferentes estágios. Murilo Farah apresentou o trabalho da Benfeitoria, plataforma digital de crowdfunding (financiamento coletivo) voltada para projetos com impacto social, cultural ou ecológico. “É muito importante que o empreendedor não veja o financiamento coletivo apenas como uma ferramenta para conseguir dinheiro, mas também como uma forma de testar o mercado ao lançar o projeto, envolver uma comunidade, mobilizar pessoas ao criar uma rede e também dar visibilidade a sua causa”, disse Murilo, que citou dados do Banco Mundial de que hoje o crowdfunding movimenta no mundo US$ 34 bilhões e que a previsão é que chegue a US$ 90 bi nos próximos anos. “Há muito potencial de crescimento no País”. 

 

Para projetos mais estruturados e com nível maior de maturidade foi apresentado o fundo Primatec, voltado em investimentos em companhias inovadoras prioritariamente nos setores de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), Energia, Sustentabilidade e Economia Criativa. O fundo nasceu a partir do programa Inova Empresa da FINEP, com o objetivo de desenvolver o ecossistema de inovação nacional e o empreendedorismo, tendo como foco o trabalho com incubadoras e parques tecnológicos do país. “O Primatec não é um fundo exclusivo para negócios sociais, mas temos muito interesse no setor. Trabalhamos com a ideia de que ao escolhermos uma empresa ela precisa dar lucro, mas nesse caso é mais importante que ela tenha um alto impacto social. Nossa grande dificuldade é definir o que é alto impacto, como mensurar e avaliar isso”, explicou Lygia Magacho, sócia da Brain Ventures, empresa consultora operacional do Primatec.

Definir o conceito de negócios sociais é uma preocupação comum a todos os empreendedores do grupo. “São conceitos novos e o termo ficou muito abrangente. Precisamos muito de políticas públicas para que o setor ganhe escala e só vamos conseguir isso com um conceito a ser disseminado”, disse Joana Pereira, gestora regional da Yunus Negócios Sociais. “Esse é um dos objetivos desse grupo, que a cada dia fica mais forte e mais diverso e mais ativo em termos de trocas entre eles. Na próxima reunião vamos consolidar esse conhecimento e fechar a pesquisa que visa a mapear os negócios sociais do estado do Rio de Janeiro”,explica a subdiretora-geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, Geiza Rocha.