Secretários municipais sugerem a inclusão de atividades no Caderno de Cultura

Com manifestações culturais diversificadas, o estado do Rio de Janeiro tem como desafio, segundo os gestores culturais presentes a reunião desta terça-feira (10/05), da Câmara Setorial de Cultura Turismo e Esportes, sistematizar informações e fortalecer suas marcas principais. No intuito de oferecer ferramentas para os gestores, a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) em parceria com o Fórum de Desenvolvimento do Rio apresentou a esses gestores o rascunho do Caderno de Cultura do estado. O objetivo do encontro foi abrir o trabalho para a reflexão daqueles que estarão na ponta do processo e poderão utilizar a publicação como ferramenta para a produção de políticas públicas que entendam o papel da cultura como um elo importante para a promoção do desenvolvimento local.

 Segundo o professor de Turismo da UERJ, Marcelo Sotratti, um dos coordenadores do trabalho, o objetivo do caderno é apresentar uma síntese das atividades culturais de cada região e destacar as potencialidades regionais desses territórios: “Temos representações culturais muito diversas, mas tentamos indicar uma unidade, aquilo que pode realmente atrair e desenvolver outras atividades como turismo, por exemplo”. No debate aberto com os gestores municipais ficou clara a necessidade de ir além da marca principal apontada pelos pesquisadores, e detalhar também que outras vocações unem esses municípios. "O objetivo é justamente esse, de sintetizar e ver na ponta, com quem faz, se essa síntese realmente descreve o território e abre possibilidades de fortalecer a atividade cultural no estado", explica a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha.

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Na reunião foram listadas ainda as metas e resultados esperados após o lançamento do estudo. Dentre as ações propostas estão a formação profissional voltada para a gestão da cultura e a necessidade de fortalecer as secretarias de cultura nos municípios. O município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, apontada pelo mapa como pólo cultural eventos religiosos e afrobrasileira , tenta potencializar as práticas culturais mapeadas no estudo: “Estamos fazendo um levantamento de todos os terreiros na cidade e uma pesquisa recente apontou o samba e pagode como preferência de 60% da população, então temos um ponto inicial para definir nossa estratégia.”

“Precisamos de um marco regulatório para o setor, que nos possibilite ir atrás de outros financiamentos que não sejam só do governo, e que envolvam parcerias público-privadas”, afirmou Luiz Remy Gillet, gerente de marketing da Fundação de Cultura De Rio das Ostras. A dificuldade também foi observada pela Alessandra Reis, subsecretária de cultura de Itaguaí “ Estamos pela primeira vez lançando editais de cultura e a falta de profissionalização dos artistas cria uma insegurança jurídica grande”, afirmou. 

 

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