A qualidade dos serviços prestados aos consumidores e indústrias pelas concessionárias de energia elétrica do estado do Rio de Janeiro foi uma das propostas de temas a serem debatidos nas reuniões da Câmara Setorial de Energia do Fórum de Desenvolvimento do Rio. No encontro realizado nesta terça-feira (29/03), o engenheiro Mariano Moreira, membro do Clube de Engenharia, afirmou que o serviço oferecido pelas companhias elétricas do estado é precário, principalmente no interior. “É necessária uma fiscalização mais rigorosa no sistema de energia do Rio. Houve uma precarização do serviço e do atendimento após as privatizações e quem mais foi afetado foi o consumidor, que muitas vezes fica horas sem ter a luz restabelecida depois de uma queda de energia, por exemplo. Esse cliente precisa ser ouvido”, afirmou Mariano que propôs a realizações de audiências públicas por região para se discutir o tema na Casa.
Também foram propostos pelos membros da Câmara a discussão sobre a utilização de energias alternativas nos prédios públicos e como incentivar os cidadãos a fazer uso delas e a eficiência energética. O setor de petróleo também permeou a reunião. Para Luciana Nunes, gerente de Análise Econômica do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Combustíveis (IBP), é necessário discutir os impactos econômicos para o Estado e também para as empresas caso a cobrança de ICMS sobre a extração de petróleo e gás entre de fato em vigor, assim como a Taxa de Fiscalização e Controle Ambiental, aprovadas no fim do ano passado. “As empresas de petróleo trabalham a médio e longo prazo enquanto os governos são imediatistas. O potencial do Rio está no offshore e somos responsáveis por 85% de toda a exploração. Essas novas leis causam um sobrecusto. Se mantida, aumentará os custos de produção de petróleo em 25%, tornando muitos campos inviáveis economicamente. Vamos enterrar de vez o setor que já passa por uma crise. Se não formos competitivos não vamos ser atrativos”, disse Luciana.
A Câmara Setorial de Energia volta a se reunir no dia 26 de abril.