Fórum vai aprofundar debate sobre desafios da Região Metropolitana

A geração de 1,5 milhão de empregos na região Metropolitana do estado nos próximos 15 anos é projetada pela Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio como um dos fatores que justificam a retomada do processo de governança dessa região e definição de soluções .

A geração de 1,5 milhão de empregos na região Metropolitana do estado nos próximos 15 anos é projetada pela Câmara Metropolitana de Integração Governamental do Rio , grupo criado para integrar as políticas urbanas desenvolvidas pelo Estado e que são de interesse comum das cidades da Região Metropolitana, como um dos fatores que justificam a retomada do processo de governança dessa região e definição de soluções conjuntas. Os números foram apresentados pelo subsecretário de Urbanismo Regional Metropolitano da Secretaria de Estado de Obras, Vicente Loureiro, durante reunião da Câmara Setorial de Gestão e Políticas Públicas do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, nesta terça-feira (16/09).

Segundo Loureiro, uma das missões do grupo é elaborar e aprovar um plano, que será enviado à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para instituir esse mecanismo de gestão da Região Metropolitana, definindo suas funções e limites. Os empregos estimados devem ser gerados nessa localidade, e mais da metade destes postos estará dentro das periferias do Centro, de outras cidades, em áreas de expansão industrial e de atividades logísticas. “Esse cenário faz com que tenhamos que rever nossa matriz de mobilidade, para dar conta desse novo endereço do emprego. Vamos ter que fazer com que as redes e sistemas de transporte possam atender esses novos destinos que vão se estabelecer, ao redor do arco metropolitano, por exemplo”, afirmou.

Para ele, empregos comerciais e de serviços serão criados em locais como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Alcântara – em São Gonçalo – e Campo Grande – na Zona Oeste da capital, por exemplo, que já possuem centros dinâmicos e que vão atrair mais negócios e serviços especializados. “Por isso é muito importante que as ações do poder público reforcem essas centralidades, através da disposição de hospitais de traumato-ortopedia, campi avançados de universidades públicas, equipamentos públicos de lazer, por exemplo. Essas são formas de fortalecer e alavancar o desenvolvimento desses centros”, frisou.

O professor da PUC-Rio Cesar Romero Jacob também participou do encontro, e apresentou o Atlas da Condição de Vida na Região Metropolitana do Rio . O documento é um estudo socioeconômico das cidades que compõem a região, e conta com 112 mapas que abordam a geografia, estrutura demográfica, educação, emprego, religião, mapeamento do programa Bolsa-Família e outros temas, usando dados do Instituto de Segurança Pública, do Censo Demográfico de 2010 do IBGE, do SUS e do Tribunal Superior Eleitoral como fontes. “Não é o objetivo fazer uma denúncia, mas vemos uma região extremamente desigual. Fazemos um convite para a reflexão sobre a Região Metropolitana que temos. Há uma segregação socioespacial da qual não nos damos conta, por conta do clima de camaradagem nas relações interpessoais, facilitado pelas praias e parques que temos. Isso possibilita uma convivência muito harmoniosa, mas que não deve esconder as desigualdades existentes”, alertou.

Para a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha, problemas como a mobilidade e a formação de mão de obra mostram a dimensão do processo que a Câmara deverá enfrentar para gerar igualdade. “Ao identificar a pesquisa da PUC e a importância de conhecer a agenda da Câmara Metropolitana, conseguimos fazer um elo que será fundamental para esse debate e criação desse plano para a Região Metropolitana. É importante destacar que a sugestão de criação de um plano estratégico para a região metropolitana é uma demanda gerada pela própria Alerj. Queremos reunir as pessoas envolvidas nesse tema para criar uma massa crítica e conseguir mostrar a importância de discutir essa região”.

Além de integrantes das entidades que compõem o Fórum, participaram da reunião representantes do IETS, da Casa Fluminense, e do Instituto Pereira Passos (IPP-Rio).

 

Fonte: Lucas Lima, Ascom ALERJ