Manual de compras sustentáveis para grandes empresas pode servir de modelo para o setor público

Utilizar o poder de compra de grandes empresas e do estado para tornar a sustentabilidade uma realidade no País já vem sido debatido há muito tempo. Para orientar a ação, e responder ao desafio de implementar as compras sustentáveis, o Cebds produziu o Manual de Compras Sustentáveis

Utilizar o poder de compra de grandes empresas e do próprio estado para tornar a sustentabilidade uma realidade no País já vem sido debatido há muito tempo. Para orientar a ação, e responder ao desafio de implementar as compras sustentáveis, o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) produziu o Manual de Compras Sustentáveis, apresentado nesta quinta-feira (03/04), durante a 3ª Reunião da Câmara Setorial de Desenvolvimento Sustentável do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro.

A ferramenta tem como objetivo facilitar a incorporação dos critérios de sustentabilidade tanto na qualificação quanto na decisão final da compra, além de criar uma base competitiva intersetorial de fornecedores, escolhidos a partir de critérios definidos pela empresa. "A ideia é que o Manual de Compras possa ajudar às empresas a antever possíveis problemas que os fornecedores podem causar a sua imagem e ao futuro, através da mensuração dos impactos do produto na eficiência, reputação e risco da empresa", explica Fernando Malta, representante de Relações Institucionais do Cebds.

Segundo Malta, o desafio agora é as empresas começarem a usar esta metodologia, além de capacitarem seus gestores de compras para caminharem nessa direção, expandindo, assim, o conceito de sustentabilidade para a toda a empresa. A publicação será lançada em maio em São Paulo, no dia 21 de maio, e a ideia é que o Fórum realize um evento para debatê-la na primeira semana de junho.

UM aspecto abordado na reunião, foi a qualificação de gestores de compras e fornecedores. Para o especialista em políticas públicas da GestRio, Douglas Lima, a capacitação é importante para melhorar a relação entre ambos os lados. “Você começa a fazer com que o comprador entenda o mundo do fornecedor, e vice-versa, criando uma linguagem comum entre eles, melhorando, assim, a qualidade do serviço realizado”, disse Lima.

Segundo a subdiretora-geral do Fórum, Geiza Rocha, o próximo passo da Câmara será avaliar de que forma esta iniciativa pode ser adaptada à experiência e aos desafios do setor público. “O manual leva em conta o risco, a reputação e a eficiência, e aponta os caminhos que existem para esses intangíveis serem trabalhados, e que podem ajudar as empresas na hora de realizar a melhor compra, e não apenas mais barata”, afirmou Geiza, que destacou, ainda, as sugestões apresentadas no encontro: "Teremos que avaliar quais serão os critérios essenciais para o setor público. Basicamente, é mais um passo que damos na direção de reunir esses dois lados e mostrar que o desafio de adotar ações sustentáveis é grande para os setores público e privado”, concluiu.

Participaram da reunião o presidente do Instituto Brasil Pnuma, Haroldo Matos de Lemos, o professor Jonathan Von Spider, da Fundação Getúlio Vargas; Santiago Valentim, da Abes Rio; Dolores Lustosa, do Sebrae Rio; e Andréa Sales e Denise Pires Reis, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.