“Sustentabilidade está no foco da mídia de hoje. Mas ninguém consegue ver a relação entre sustentabilidade e esporte", afirmou o professor da UGF e coordenador da Cúpula Internacional da Sustentabilidade no Esporte + Esporte Para a Paz, Lamartine DaCosta.
“Sustentabilidade está no foco da mídia de hoje. Mas ninguém consegue ver a relação entre sustentabilidade e esporte. Com esse evento conseguimos provar essa relação e ver o que já foi feito nesse âmbito desde a Eco-92 e o que falta fazer”, afirmou o professor da Universidade Gama Filho e coordenador da Cúpula Internacional da Sustentabilidade no Esporte + Esporte Para a Paz, Lamartine DaCosta, que aconteceu na última quinta-feira, 21 de junho.
O evento, que contou com o apoio do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho, aconteceu vinte anos depois da Cúpula Esporte e Sustentabilidade, realizada durante a ECO-92, com reflexos importantes sobre o esporte. A proposta, agora, é atualizar os esforços das entidades lideres do esporte quanto às suas responsabilidades ambientais as quais recentemente passaram a incorporar o Esporte para a Paz como alternativa de prática esportiva sustentável.
Para a secretária-geral do Fórum, Geiza Rocha, já existem muitos estudos sobre os megaeventos. "O problema é que muitas vezes não são divulgados. Tudo o que for conversado e estabelecido aqui tem que ser divulgado para podermos ter leis que atendam o esporte visando à sustentabilidade, defendeu.
O coordenador técnico da secretaria municipal de esporte e lazer, Sérgio Tavares, falou sobre a importância de se ver o esporte de forma integrada. “Temos que pensar em um jeito para que a sustentabilidade seja uma prática. Se olharmos para a educação, saúde, o social e o esporte de formas separadas, não iremos desenvolver”, disse Tavares.
“As pessoas não conseguem entender a relação entre esporte e sustentabilidade. Hipoteticamente, digamos que o mundo vire sustentável, e a população? Um monte de obesos, sedentários e hipertensos. Temos que ter atitudes sustentáveis e isso está intimamente ligado ao esporte”, afirmou o presidente do Conselho Federal de Educação (Confef), Jorge Steinhilber.
Para o professor Keith Gilbert, da University of East London (UK), sustentabilidade no esporte significa criar entidades de esportes com responsabilidade social, o que é diferente de filantropia, ele ressalta. “Sustentabilidade no esporte significa gerenciar impactos ambientais, sociais e econômicos dos Jogos Olímpicos. Além disso, é necessário gerar espaços e ações de estimulação no esporte e desenvolvimento de toda a sociedade”, acredita Keith.
No evento, o pesquisador britânico falou ainda sobre a importância de se criar certificações ambientais para estimular empresários a serem sustentáveis.
Como exemplos de boas ações em sustentabilidade no esporte foram citados as Olimpíadas de Madri e de Londres. Para Lamartine DaCosta, é importante olhar também para os exemplos a não serem seguidos, como o Panamericano em São Domingos, as Olimpíadas na África do Sul e os Jogos de Atenas. “Não sabemos ainda quais são as dimensões de um mega evento. Existem estudos que comprovam que até hoje Londres ganham novos impactos por causa das Olimpíadas. Temos que juntar todas essas peças como um quebra-cabeça para termos o melhor resultado aqui no Brasil”, disse Lamartine.
O representante da Confederação Brasileira de Triathlon, Rodrigo Milazzo, ressaltou a importância de se educar o próprio atleta para a sustentabilidade. “Muitas vezes o maratonista consome um produto e joga o papel no chão sem perceber que isso atrapalha o próprio esporte dele. Quando ele for fazer esse mesmo percurso de bicicleta, por exemplo, ele vai se atrapalhar com o lixo no chão”, afirmou.
Participaram do encontro a representante da Autoridade Pública Olímpica, Regiana Rodriguez; a representante do ministro Aldo Rebelo, Cássia Daminiani; Pedro Gagliandi, da Força Aérea Brasileira; Carla Araújo, fundadora da Associação Brasileira para o Esporte Sustentável, que foi lançada no próprio evento; a pesquisadora Luciana Peil da UFPel, Cristiano Belém da UGF e representantes da confederação brasileira de tênis de mesa, de desportos aquáticos e Vela, Remo, Golfe e Surf.