Vocação criativa

O Rio sempre esteve no debate sobre como evitar que seus recursos se transformem numa herança maldita. Para os formuladores de políticas públicas, o petróleo é uma poderosa alavanca, que pode sustentar o desenvolvimento de atividades, aumentando a renda de nossa população.

 

Rico em recursos naturais (somos o maior produtor de petróleo do País), o Rio de Janeiro sempre esteve no centro do debate sobre como evitar que esta característica se transformasse numa herança maldita. Está claro para todos os formuladores de políticas públicas que o petróleo é uma poderosa alavanca, que pode sustentar o desenvolvimento de atividades que gerem emprego qualificado, aumentando a renda de nossa população. Uma das saídas é investir na criatividade.

No ano que vem a cidade do Rio de Janeiro vai sediar o Fórum Mundial de Criatividade. E é impossível ignorar a força desta indústria não só na cidade, como também no estado. Segundo estimativa da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), a chamada indústria criativa – que envolve atividades como Arquitetura, Design, Moda, Cinema, Produção de Softwares e Televisão – movimenta mais de R$ 380 bilhões no Brasil e o Rio de Janeiro se destaca não só pelo número de trabalhadores empregados nestas atividades (82 mil) – que representa 2,4% dos trabalhadores formais do estado –, mas também pela remuneração, bem superior à média nacional.

Recentemente o Ministério da Cultura criou a secretaria da Economia Criativa e a Secretaria de Estado de Cultura do Rio vem investindo nas incubadoras de projetos culturais. Tudo isso reforça a relevância do tema e nos desafia a construir propostas e políticas públicas que incentivem e estruturem no estado esta que é a terceira maior indústria do mundo, atrás só do petróleo e de armamentos.

Por isso, a partir de julho, o Fórum de Desenvolvimento do Estado do Rio contará com mais um grupo de trabalho em sua estrutura. O objetivo da Câmara Setorial de Economia Criativa é propor ações que fomentem o desenvolvimento da indústria criativa no estado e possam nos ajudar a ter uma economia mais sustentável. Temos que unir a atratividade e o capital gerado pelos nossos recursos naturais aos serviços altamente qualificados ligados à economia criativa. É neste equilíbrio que será escrito nosso futuro. Está na hora de apostar.