Grupo de Trabalho do Fórum quer fim do 'apagão' na mão-de-obra no Rio

De acordo com a secretária geral do Fórum de Desenvolvimento do Rio, Geiza Rocha, a rede deverá funcionar como um espaço de compartilhamento de experiências nos moldes da Fundação Cecierj, consórcio entre as universidades públicas do Estado que oferece cursos de graduação à distância. Leia na íntegra.

Com o objetivo de atender à crescente demanda dos setores da indústria, comércio, serviços, transporte, dentre outros, por profissionais qualificados no Rio de Janeiro, o Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado realizou, nesta quarta-feira (25/8), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) que vai tratar da criação de uma rede de educação profissional continuada à distância. O colegiado, que será composto por representantes de mais de dezesseis entidades, irá identificar conteúdos e experiências já desenvolvidas pelas instituições participantes e levantará as necessidades apresentadas pelo mercado de trabalho.

Segundo a secretária geral do Fórum, Geiza Rocha, a rede deverá funcionar como um espaço de compartilhamento de experiências nos moldes da Fundação Cecierj, consórcio entre as universidades públicas do Estado que oferece cursos de graduação à distância. "A ideia é ser um portal onde possamos agregar estes conteúdos e experiências para atingir o nosso foco, que é o desenvolvimento econômico do estado. É formar gente para trabalhar onde há necessidade", explica Geiza. Entre as entidades integrantes do Grupo de Trabalho estão instituições de ensino como a Uerj, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e a Secretaria de Estado de Educação, além de representantes da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado (Fetranspor), da Fundação Roberto Marinho, da Rede de Tecnologia do Rio (Redetec), do SindRio (Sindicado dos Hotéis, Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro) e do Proderj, entre outras entidades.

Para Armando Clemente, representante da Redetec, a situação atualmente é grave. "Estamos vivendo um apagão de mão-de-obra. O Rio de Janeiro está importando técnicos, pois não há profissionais qualificados no estado", relatou. A falta destes profissionais foi relatada também por Ana Rosa Chopard Bonilauri, diretora da Universidade Corporativa do Transporte, ligada à Fetranspor, entidade que reúne 102 mil trabalhadores. "Pelo menos 60% destes profissionais não têm o Ensino Médio completo", lamentou.

O reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, ressaltou a importância da rede para agregar as diversas iniciativas que já estão ocorrendo no estado e aproximar a universidade das demandas da sociedade. "Estamos otimistas de que este projeto, sob a liderança do Fórum vai trazer grandes resultados para o nosso estado", ressaltou.

Para Geiza Rocha, os investimentos para a realização da Copa do Mundo, em 2014, dos Jogos Olímpicos, em 2016, bem como o Comperj e outros investimentos que estão em curso no estado  criaram uma grande demanda por mão-de-obra qualificada. "E há urgência em se preencher muitas destas vagas", afirmou. A rede vai unir experiências desenvolvidas na área de ensino e capacitação à distância às demandas das empresas, ficando o Proderj responsável pela infra-estrutura necessária para a implantação dos projetos. O próximo passo do grupo, que criou um comite gestor para desenhar como será a rede, é reunir-se daqui a um mês para definir as prioridades e os conteúdos que serão disponibilizados por cada instituição na rede.

Texto de André Coelho